"Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida" - Che Guevara

sábado, 20 de março de 2010

POSTALIS

Direção dos Correios resistia a socorrer fundo de pensão


Fonte: Folha de São Paulo

Estatal, que estimava rombo em R$ 630 mi, foi pressionada por autarquia do setor


Sem recursos para honrar aposentadorias, Postalis atribui rombo a mecanismo em que assume despesa futura com os benefícios

Leia Mais...



A estatal dos CORREIOS terá que assumir rombo de R$ 1,43 bilhão do seu fundo de pensão, o Postalis. A determinação partiu da autarquia Previc (antiga Secretaria de Previdência Complementar), depois que houve resistência da cúpula da estatal em reconhecer a dívida.

Documentos obtidos pela Folha mostram que o secretário de Previdência Complementar, Ricardo Pena, responsável pela fiscalização dos fundos de pensão, ordenou que os CORREIOS saldassem o deficit, sob pena de execução judicial do Postalis.

A diretoria dos CORREIOS sabia que o fundo estava com deficit atuarial (sem recursos suficientes para honrar todas as aposentadorias no futuro). Mas estimava que o buraco era de R$ 630 milhões, e não um valor 120% maior, o que causou desconforto nos dirigentes da estatal. Ligado ao PT, o presidente dos CORREIOS, Carlos Henrique Custódio, reprovou o plano de socorro em reunião do conselho de administração em 2009 e questionou os cálculos.

A estatal terá que fazer o aporte sozinha no Postalis, sem a participação dos associados, porque o deficit é referente a contribuições feitas antes do ano 2000, quando ainda não vigorava a regra da paridade (em que empresa e contribuintes colocam dinheiro no fundo na mesma proporção).

A conta que apontou uma necessidade de aporte adicional de R$ 800 milhões foi feita por três consultorias. A primeira delas foi a Stea-Serviços Técnicos de Estatística e Atuária. Uma segunda opinião foi da Globalprev, empresa fundada pelo ex-ministro Luiz Gushiken, que a entregou a ex-sócios para assumir o cargo no primeiro mandato de Lula.

O Postalis solicitou depois uma terceira opinião da empresa Rodarte, que confirmou o valor com uma pequena diferença de R$ 15 milhões a menos. Mas a diretoria dos CORREIOS questiona os cálculos.

A contratação dessa terceira empresa, com sede em Minas Gerais, gerou dúvidas junto à diretoria dos CORREIOS porque a sua escolha foi feita pelo Postalis. Na prática, o fundo pôde escolher quem iria fiscalizá-lo.

O conselho de administração dos CORREIOS tem até abril para tomar uma decisão, quando se reúne para fechar o balanço contábil de 2009.

Se os CORREIOS cobrirem o buraco, terão uma queda vertiginosa nos lucros referentes ao ano passado. Caso provisionem o débito, terão ganhos de apenas R$ 50 milhões. Se reconhecerem a dívida e receberem benefícios referentes ao Imposto de Renda, lucrarão cerca de R$ 460 milhões. O valor é inferior ao registrado no ano anterior (2008), quando os CORREIOS lucraram R$ 800 milhões.

Apesar de o deficit ter sido reconhecido "com condicionantes" pelos CORREIOS ante a Previc, somente quando for assinado o termo de confissão de dívida é que existirá de fato o compromisso de pagamento.

O buraco, de R$ 1,43 bilhão, equivale a quase um terço do patrimônio do Postalis, de cerca de R$ 5 bilhões. O valor é para ser pago em 18 anos, corrigido pelo INPC em mais 6%. O recolhimento não precisa ser feito de uma só vez, pois os trabalhadores irão se aposentar no decorrer do período - mas as regras contábeis determinam que o valor deve ser abatido de uma vez só no balanço.

O rombo no Postalis contrasta com o caso da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, que teve uma sobra de caixa em 2009 e permitiu que o banco, seu patrocinador, "apropriasse-se" de R$ 3 bilhões do superavit. Isso inflou o lucro do BB em 2009, que encerrou com recorde de R$ 10,15 bilhões.

A Previc disse, por meio de sua assessoria, que não pressionou os CORREIOS a saldar o débito com o Postalis, mas apenas lembrou as responsabilidades legais de cada parte.

Comentário do blogueiro:

"Quem pariu Mateus que o embale"

- Quem criou o Plano de Previdência (Postalis) em 1981 - forçando os trabalhadores (as) a entrarem no plano foi a Empresa.

- Quem criou as suas regras foi a EMPRESA

- Quem criou o Saldamento Compulsório sem nenhum debate com os participantes foi a Empresa.

Quem implantou esta notícia na "FOLHA DE SÃO PAULO" só pode ser um dos defensores que a ECT não pague esta divida, pois a matéria dá a impressão que a EMPRESA tem que tirar 1,43 bilhões para priviligiar os ECETISTAS - como se esta conta tivesse aparecido do dia para noite.

Os trabalhadores (as) não tem culpa se as empresas que calcularam o passivo atuarial, ou seja , o necessário , fizeram a conta errada.Temos que exigir que a direção da ECT reconheça esta divida,assine imediatamente o contrato, e pague em 18 anos - não deixando este debate do Postalis contaminar a discussão da PLR - uma coisa não tem nada haver com a outra!

Biaia
Coordenador Geral do SINTECT/CAS













-

0 comentários:

Postar um comentário