"Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida" - Che Guevara

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Correios pedem socorro para a Polícia Militar

Por causa dos ataques a carteiros, a empresa encomendou palestras para que seus funcionários recebam orientações sobre como correr menos risco de assalto nas ruas, principalmente nas áreas mais violentas da cidade


Camilla Haddad, camilla.haddad@grupoestado.com.br


Os assaltos frequentes a carteiros na capital levaram os CORREIOS a adotar uma nova estratégia de segurança. Acionaram a Polícia Militar para dar aulas aos carteiros, principal alvo dos criminosos que procuram correspondências que contenham cheques, videogames, cartões de débito e crédito e outros objetos de valor transportados em vans ou a pé.


Para os que trabalham a pé, as aulas são para orientá-los sobre como se proteger na rua e não levantar suspeitas. A principal recomendação é não ostentar correntes de ouro, iPod e celulares. Os motoristas das vans, que também acompanham as palestras, contam com a proteção de escolta armada (ver texto abaixo).


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Um balanço preliminar realizado pelo sindicato da categoria, a pedido do JT, mostra que desde o começo do ano foram registrados 150 assaltos contra carteiros.

Segundo os CORREIOS, foram realizados quatro de 16 encontros previstos nas áreas críticas. Mapeamento da empresa mostra que Perus, na zona oeste, é o bairro recordista em ocorrências, com 70 casos no ano.

Por uma questão de segurança, os CORREIOS preferiram não divulgar o total de roubos em toda a cidade. A empresa apenas informou que em março houve um crescimento dos casos, e que o número teria caído em setembro.

Conforme consta no mapeamento feito pelos CORREIOS, parte dos bairros mais violentos fica na periferia - Itaim Paulista e Cidade Tiradentes, na zona leste, Taipas e Pirituba, na zona oeste, Vila Guilherme e Brasilândia, na norte, e Vila Santa Catarina e Santo Amaro, na zona sul. É nessas áreas que ocorrem as palestras dos PMs.

O coordenador regional de suporte dos CORREIOS, João Carlos da Silva, diz que a parceria com a PM é fundamental para evitar prejuízos aos que precisam receber encomendas e também para garantir a segurança dos funcionários. Segundo ele, nos anos anteriores policiais já visitavam agências para orientar funcionários. "Mas agora estamos sistematizando o trabalho, é tudo agendado."

O coordenador acrescentou ainda que, além da PM, os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) também têm trabalhado em parceria com os CORREIOS como reforço no pacote para aumentar a segurança dos carteiros.

"O Conseg faz as reuniões mensais e um representante de cada agência costuma participar para discutir sobre prevenção."

Segundo Rivéria Lins da Silva, presidente do Conseg Perus/Anhanguera, os moradores podem dar uma ajuda aos carteiros. "O problema mais comum é que eles não colocam número nas casas. Com isso o carteiro perde muito tempo para achar a residência, e acaba correndo mais risco."

Audiência pública


A Federação Nacional dos Trabalhadores dos CORREIOS e Similares - que agrega 35 sindicatos ligados à categoria - informou que semana passada foi realizada uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a violência contra carteiros.

Na ocasião, representantes dos sindicatos, entre os quais o de São Paulo, entregaram um dossiê para o deputado federal Paes de Lira (PTC-SP) para que o documento pedindo mais segurança aos carteiros seja enviado às Secretarias de Segurança Pública do País. De acordo com a federação, a ideia é que o patrulhamento em áreas de periferia seja intensificado pela PM. O deputado não foi localizado para comentar o assunto.

Segundo o Sindicato dos CORREIOS, há 6 mil carteiros e 260 agências na capital.

SAIBA MAIS

ÁREAS MAIS VISADAS

ZONA OESTE

Perus; Taipas; Pirituba

ZONA SUL

Santo Amaro; Vila Santa Catarina

ZONA LESTE

Itaim Paulista; Cidade Tiradentes

ZONA NORTE

Vila Guilherme; Brasilândia

ITENS MAIS VISADOS

Talões de cheques
Cartões de débito e crédito
Máquinas fotográficas digitais

O PREJUÍZO
Entregas como livros, notebooks e celulares são ressarcidas pela empresa vendedora do produto. Quando não há nota, é preciso avisar a empresa e aguardar o ressarcimento

No caso de cartões e talões de cheque, o banco se responsabiliza e cancela os produtos


FONTE: JORNAL DA TARDE - SP
Editoria: CIDADE
Jornalista: Camilla Haddad

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