Sindicatos dos Correios recorrem na Justiça contra o fim da greve

FONTE: Agência Voz
Por IRACEMA CORSO
07/10/09

Por detectar que o fim da greve dos Correios foi ilegal, funcionários da empresa de 17 estados brasileiros se reuniram em Brasília para tentar reverter todas as perdas que marcaram o desfecho de sua luta. A administração da empresa quer que os funcionários paguem pela horas paradas e que o acordo coletivo da empresa passe a ser bianual. Os sindicatos, naturalmente, não aceitam essas condições e por isso entraram com ações na Justiça e produziram um manifesto que está sendo divulgado pelo país. Eles alegam que assembléias organizadas pelas empresas e sem legitimidade foram as responsáveis pela aprovação dessas propostas prejudiciais aos trabalhadores.

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A primeira irregularidade na assembléia realizada no estado do Mato Grosso foi que a direção da empresa marcou a assembléia para as 8h do dia 30 de setembro, então quem foi trabalhar não pôde votar. O secretário de política e formação do sindicato de Sergipe, José Ailton Santos, afirma que esta prática fere o estatuto dos funcionários do Correio.

De maneira parecida, a assembléia dos trabalhadores do Tocantins foi realizada no centro de triagem, que é a unidade receptora onde é feita a distribuição das cartas. Segundo José Ailton, este é o local onde trabalha a maior parte da chefia da empresa, além de funcionários de cargos de comissão e o pessoal do setor administrativo, que se fizeram maioria na assembléia. Além disso, a votação também foi marcada para o horário de serviço da maioria dos funcionários dos Correios.

Munidos destes argumentos, o grupo de sindicatos entrou com uma ação na Justiça para anular as duas assembléias. Se isso ocorrer, o fim da greve será decretado ilegal, pois é necessário que pelo menos 18 sindicatos estejam de acordo no que diz respeito a quando e como a greve vai acabar. “Melhor seria se permanecêssemos até o fim com a greve. Isso forçaria a empresa a tomar medidas mais rápidas. A empresa fez assembléias ilegais, ela deveria ter feito a convocação da assembléia por sindicato. Por isso vamos estar movendo ações no TST para pedir a anulação das duas assembléias”, informa José Ailton.

O sindicalista alardeia que o pior é que nessas assembléias ilegais foram aprovadas várias desvantagens para o trabalhador, o que não é justo de ocorrer no desfecho de uma greve vitoriosa. “A greve foi muito positiva. A idéia deles (da administração dos Correios) era de que ela só durasse dois dias. Mas os trabalhadores tomaram as rédeas do movimento e tivemos até que frear sua expansão para que o serviço da empresa não ficasse completamente parado”, afirma José Ailton.

Outros tópicos da pauta continuam sendo negociados como o plano de cargos, carreiras e salários, segurança nas agências – que vêm sendo continuamente assaltadas –, além da contratação de mais trabalhadores. “A população reclama que o serviço dos correios não está bom, mas a verdade é que estamos sem condições de trabalhar bem porque faltam profissionais”, explica o sindicalista.

José Ailton revela que em cidades do interior de Sergipe é fácil encontrar de um a três funcionários terceirizados fazendo o serviço de entrega de cartas. “Enquanto isso muitos dos aprovados em concurso público não são chamados para a ativa”, reclama. “A empresa está dificultando o acesso dos sindicalistas às agências, alegando que isso atrapalha o trabalho e o andamento do serviço. No entanto a própria administração das agências tem conversado com os funcionários para convencê-los com mentiras a desistir de reivindicar suas pautas”, garante o sindicalista.

NOVOS ENCAMINHAMENTOS

O comando de greve que ainda não se dissolveu mandou um ofício à Presidência central da empresa em Brasília pedindo a reabertura das negociações. Mas até o presente momento ainda não teve nenhuma resposta.

Nesta quinta-feira, dia 8, os trabalhadores se reúnem mais uma vez em Brasília para a audiência pública sobre segurança na empresa. No dia seguinte, na sexta-feira, dia 9, o comando terá nova deliberação sobre as negociações.
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NOTA DE ESCLARECIMENTO

Companheiras e companheiros, postei a matéria na integra conforme o veículo de comunicação Agência Voz publicou, aproveito este mesmo espaço para dizer que o Secretário Geral da FENTECT, Sr. José Rivaldo, após mandar a MINORIA DO COMANDO DE NEGOCIAÇÃO assinarem o ACORDO BIANUAL sem ao menos discutirem a questão dos "DIAS PARADOS" , protocolou um oficio com a direção da ECT dissolvendo todo o COMANDO DE NEGOCIAÇÃO.

Acredito que quando o companheiro José Ailton de Sergipe deu esta entrevista o Sr. José Rivaldo não tinha dado mais esta punhalada nas costas dos trabalhadores e por isto que saiu na matéria que o COMANDO DE GREVE ainda não estava dissolvido.

Mas enfim, os SINDICATOS contrários ao ACORDO BIANUAL estarão reunidos em Brasilia no dia 09/10/09 onde o SINTECT/CAS estará sendo representado pelo companheiro José Ivaldo.

A direção do SINTECT/CAS volta afirmar o compromisso com os trabalhadores (as) de sua base, que enquanto houver um fio de esperança para reverter a traição desta Campanha Salarial nós estaremos brigando.

Saudações Sindicais

Biaia - Coordenador Geral do SINTECT/CAS