Este também é uns dos pontos que a direção da ECT se recusa a discutir na mesa de negociação da nossa Campanha Salarial. Em 1969 o CORREIOS deixava de ser um DEPARTAMENTO DE CORREIOS E TELÉGRAFOS (DCT) e passava a ser uma estatal, virando umas das empresas mais respeitadas do país e do mundo. Mas ela já nasce militarizada com uma hierarquia muito rígida, abrindo pouco espaço para as mulheres dentro da ECT.
Mesmo depois do fim da era militar no Brasil vemos em nossa empresa resquícios do militarismo na administração da ECT. É só analisarmos a situação das mulheres dentro da nossa empresa, poucas ocupam posições de destaque na empresa. Mas vamos pegar as companheiras “CARTEIRO FEMININO” como exemplo na nossa pauta, onde estamos reivindicando fornecimento de uniforme de acordo com a região, com tecidos 100% algodão, modelos realmente feminino diferenciado do sexo masculino, inclusive para gestantes, com fornecimento de meias de pressão para prevenção de varizes, conforme prescrição médica.
Outra reivindicação das companheiras na pauta de negociação é de banheiros específicos femininos com adequação para deficientes físicos, equipados com vestiários e ducha higiênica e chuveiros, com opção de água quente e fria, nas unidades de trabalho, proporcionais à quantidade de mulheres, sendo que este número seja inferior a dois banheiros. Pegamos apenas dois exemplos, mas tem mais itens importantes na QUESTÃO das MULHERES como ASSEDIO MORAL e SEXUAL e etc. Os companheiros (as) podem notar que são reivindicações básicas, mas que a direção da ECT se recusa em atender.
No dia 04/09/09 (sexta-feira) veiculou uma matéria no JORNAL DE UBERLANDIA com o titulo: “Correios atuam em parceiras com o Instituto Valores Humanos” onde pegamos algumas contradições da direção da ECT. Vejam trecho da reportagem: “O Instituto de Vivência em Valores Humanos, que atua em Uberaba desde 2007, incentivando sempre a boa convivência em sociedade, recebeu ontem donativos da Empresa de Correios e Telégrafos. Roupas, alimentos e calçados. Toda a doação será destinada às famílias carentes que fazem parte do grupo de atendimento do instituto”, até ai tudo bem trata-se da ECT desempenhando o seu papel social junto à sociedade brasileira.
Mas leiam outra parte da matéria e vejam a contradição: “O projeto parte da premissa de que as crianças são, efetivamente, o futuros do mundo. E assim é feito um trabalho com pais, gestantes e educadores com a filosofia de vivenciar os valores humanos a partir do útero materno. O instituto prepara as mães para que elas possam vivenciar com a criança para a formação do caráter do ser humano e, com isso, quebrar a cadeia da violência”. Ora, se a direção da ECT realmente esta preocupada com o caráter dos futuros homens e mulheres e querem ajudar a tornar nossa sociedade menos violenta, devem começar fazendo a lição de casa e depois sair ajudando outros Institutos que tenham este mesmo projeto.
Digo isto, porque ao mesmo tempo em que à direção da ECT faz media com a população de Uberlândia ela ataca o direito das mulheres ecetistas, quando ela não quer reeditar a cláusula 47 do atual acordo que diz que as companheiras terão direito a seis meses de licença maternidade. Vale lembrar que esta foi umas das grandes conquistas do acordo coletivo passado, onde o debate era justamente este, o da formação das futuras crianças onde os primeiros seis meses é muito importante para sua formação, tanto na saúde como no caráter.
Portanto Companheiros (as), este é mais um motivo para irmos à luta e fazermos valer os nossos direitos nesta Campanha Salarial. Seis meses de licença maternidade não é uma luta só das mulheres e sim de todos nós que lutamos por uma sociedade mais saudável.DIREITO NÃO SE TIRA, DIREITO SE AMPLIA!!!
Biaia- Coordenador Geral do SINTECT/CAS
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