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sábado, 7 de novembro de 2009

Deputados querem portas giratórias em agências

Por Bruno Rohde

A insegurança que carteiros e funcionários de agências dos Correios sentem ao lidar com correspondências de valor pode resultar num projeto de lei para amenizar o problema. Deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara defendem uma lei para determinar que as agências dos Correios passem a ter portas giratórias, assim como muitas agências bancárias. Segundo dados da própria Empresas de Correios e Telégrafos (ECT), até setembro deste ano, foi registrada uma média diária de sete "delitos postais" — ataques a carteiros a agências ou a responsáveis a transporte de correspondências.


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A média de ataques é igual a do ano passado — sete ocorrências — e muito maior do que em 2007, que registrou a média de quatro delitos postais.

Até o mês de setembro deste ano foram 1.846 ataques no país. Em 2007 foram 1.415 registros. Em 2008, foram 2.578 registros. De acordo com números da Polícia Federal, em 2008, 58 agências dos Correios foram assaltadas no estado do Rio.

Na Assembléia Legislativa do Paraná já existe um projeto com o mesmo objetivo. A deputada Marina Magessi, integrante da Comissão de Segurança da Câmara, defende a ideia da ampliação da proposta para todo país:

— É necessário já que valores, cartões de crédito e cheques circulam por ali. São patrimônios como os que existem numa agência bancária.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), José Rivaldo da Silva, afirma que 90% das agências dos Correios não contam com qualquer tipo de aparato de segurança.

Segundo José Rivaldo, os assaltos às agências cresceram depois de 2002, com a criação do Banco Postal. Dessa data em diante, os Correios passaram a aceitar depósitos e o pagamento de contas, assim como as lotéricas.

— As agências funcionam como um banco, e a empresa não está preocupada com a segurança dos funcionários nem dos clientes — disse o secretário.

Rotina de assaltos

Não são somente os assaltos às agências que preocupam os funcionários dos Correios. André Ramos, de 29 anos, trabalha como carteiro desde 2002 e já foi assaltado quatro vezes. Uma na Avenida Brasil, uma no Jacaré, uma em Engenho da Rainha e outra em Inhaúma. A pior situação que viveu foi em 2005. Bandidos estavam num Golf e abordaram a van em que ele seguia pela Avenida Brasil, na Penha. Um dos criminosos entrou no veículo e mandou que ele seguisse até Vigário Geral para descarregar o que estava sendo transportado.

— Ele colocou uma arma na minhas costas e me ameaçou. Estava com medo da arma disparar. Passamos por duas viaturas da polícia e fiquei com medo de perceberem o assalto e haver uma troca de tiros. Depois, ninguém te dá apoio psicológico e a empresa te deixa a Deus dará — disse.

Os Correios informaram, em nota, que estão "agindo com firmeza para reduzir o número de assaltos a carteiros, viaturas e unidades" da empresa. Entre as medidas de segurança adotadas está o rastreamento de veículos e a implementação de serviço de vigilância nas agências localizadas em área de maior risco. Ainda de acordo com a nota, houve uma redução no número de delitos de 33,5% no estado do Rio de Janeiro, de 2009 para 2008.

FONTE:EXTRA ONLINE

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