"Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida" - Che Guevara

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

GREVE NOS CORREIOS BRITÂNICO - A ameaça da destruição

Após várias acções a nível regional exigindo a abertura de negociações, os trabalhadores do Royal Mail realizaram uma greve de 48 horas, nos dias 22 e 23, por melhores salários e contra o desmantelamento da empresa.

As duas jornadas de greve levaram para já a administração a sentar-se à mesa com a poderosa confederação sindical TUC, que representa mais de seis milhões de trabalhadores. Até aqui, o diálogo fora recusado ao CWU (Communication Worker’s Union), sindicato que encabeça a luta contra o congelamento dos salários e o programa de reestruturação da empresa.


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Embora o actual governo trabalhista tenha suspendido, em Fevereiro passado, o projecto de privatização parcial, o programa de reestruturação foi mantido, com o pretexto da necessidade de sanear financeiramente a empresa.

A verdade é que desde a liberalização em 2006, a Royal Mail tem perdido as partes de mercado mais lucrativas, como é o caso do correio empresarial, para as multinacionais alemã DHL e a holandesa TNT.

Nos últimos anos, dezenas de milhares de postos de trabalho foram eliminados e encerrados cerca de três mil postos de atendimento. Em resultado deste «emagrecimento», feito em prejuízo do serviço universal e à custa do aumento da exploração dos trabalhadores, a Royal Mail apresentou no último exercício um saldo positivo de 321 milhões de libras (350 milhões de euros).

Mas aos olhos do governo trabalhista e da oposição conservadora a sangria tem de continuar. A «reestruturação» pretende extinguir 60 mil empregos, 40 mil dos quais já nos próximos dois anos. Estão em curso profundas alterações na gestão e na organização de toda a rede de transporte e triagem. A pressão aumenta sobre os trabalhadores.

Nas vésperas da paralisação, a administração anunciou a contratação de 30 mil trabalhadores precários, procurando assim intimidar os grevistas. A generalidade da imprensa condenou o movimento reivindicativo, acusando os sindicatos de se oporem à necessária «modernização» da empresa.

Essa foi também a posição do governo trabalhista, nomeadamente do ministro das Empresas, Peter Mandelson, até há pouco comissário europeu do Comércio e um defensor acérrimo da liberalização.

A condenação da greve pelo poder trabalhista e o rumo da Royal Mail durante a vigência trabalhista acentuaram as tensões entre o sindicato CWU e a direcção do Labour, partido em que está filiado e para o qual contribuiu com cerca de 21 milhões de libras (23 milhões de euros) desde 2001 (L’Humanité, 26.10).

Apoio popular

De forma a maximizar os efeitos da greve, no primeiro dia paralisaram os serviços de triagem e os motoristas cerca de 42 mil trabalhadores. No segundo, foi a vez dos centros de recolha e distribuição (78 mil trabalhadores). Mais de 150 milhões de cartas e encomendas ficaram retidas.

O sindicato já anunciou a decisão de convocar novas paralisações que poderão iniciar-se no final da semana. Convencidos da justeza da sua luta por salários e pelos serviços públicos, os trabalhadores dos correios sabem agora que a maioria da população está com eles. Segundo uma sondagem divulgada no domingo, pela BBC, 50 por cento dos britânicos apoiam a luta dos carteiros e apenas 25 por cento concordam com as posições da administração.

Fonte: Avante

Um comentário:

  1. Companheiros (as), não é mera coincidencia não! Querem reestruturar os CORREIOS do mundo todo, tomemos os companheiros dos CORREIOS FRANCESES e agora os CORREIOS BRITÂNICOS e vamos a luta, porque também se discute uma REESTRUTURAÇÃO NA ECT e o que é pior, sem abrir nenhum debate com os trabalhadores(as). As mudanças que a EMPRESA fizeram tentando enfiar goela abaixo dos ECETISTAS, como: Postalis, PCCS/08 e o ACORDO BIANUAL nada mais é do que a preparação para um ATAQUE MAIOR, que é a transformação da ECT em CORREIOS S/A e que infelizmente parte da direção da FENTECT já tem se pronunciado a favor. A batalha será ardua, mas se mantermos unidos derrotaremos todos aqueles que não tem compromisso com a SOCIEDADE BRASILEIRA e tão pouco para com os TRABALHADORES (AS) ECETISTAS...Saudações Sindicais a todos (as)

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