"Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida" - Che Guevara

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um exemplo a ser seguido pelos ex-sindicalistas da ECT

Brod César Augusto, servidor público, na função de Coordenador do Ministério do Planejamento desobedece orientação do governo Dilma, mantém ponto de grevistas e entrega seu cargo.

Por Biaia
Coordenador Geral
do SINTECT/CAS


Oxalá os ex-dirigentes sindicais que estão na empresa hoje tivessem essa mesma postura de dignidade. Sempre usaram o discurso de que, com a chegada do PT ao poder, deveriam ocupar postos de gestão na ECT para assim ajudar a melhorar a situação dos trabalhadores.

Mas o que temos visto é que isso não passou de conversa para boi dormir, pois depois que ocuparam os tais cargos, nunca fizeram nada em prol dos ecetistas. Pelo contrário, passaram a atuar como “capitães do mato”, chegando ao ponto de defender o desconto dos dias de greve na Campanha Salarial passada; e o que é pior, realizaram esses descontos com a greve ainda em andamento.

Hoje tive a oportunidade de debater pelo facebook com um companheiro que dizia que a greve é como uma guerra e, portanto, vale tudo, inclusive o corte dos dias. Com essa fala, ele defendia que FHC estava corretíssimo na maneira que lidava com o funcionalismo público, e que quando o Partido dos Trabalhadores o criticava, era apenas bravata.

É óbvio que quando entramos em greve, não entramos pelos dias, e sim para avançar em nossas conquistas. O desconto ou não dos dias parados será fruto do desfecho final da disputa, da correlação de forças de cada parte demonstrada ao longo da greve. No entanto, cabe lembrar que nem FHC teve tamanha audácia de descontar os dias dos trabalhadores em plena greve. Em 1997, por exemplo, tivemos nossos 21 dias descontados, mas não no meio da greve.

Mas o que vemos é que o ataque que nem FHC teve a coragem de praticar, a “outrora lutadora pelos direitos democráticos”, Presidenta Dilma (PT) - juntamente com o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT) e com o Presidente da ECT, Wagner Pinheiro (PT) – praticou. E lamentavelmente, os ex-sindicalistas que diziam estar indo para a estrutura da empresa para nos defender não tiveram a mesma dignidade que o Sr. Brod César Augusto, que abriu mão da sua função para não chicotear os seus companheiros.

Nos Correios, o ex-sindicalista Luiz Eduardo (PC do B) e Cia Ltda, que estavam na mesa de negociação passada, como bons capitães do mato atacaram seus [ex] companheiros de empresa naquilo que é mais sagrado para uma mãe e pai de família: o salário que garante o pão de cada dia para os seus filhos.

De novo, Luiz Eduardo (PC do B) e Cia Ltda estão na mesa de negociação fazendo o jogo sujo do governo. Temos que repudiar veementemente esses negociadores e exigir as suas saídas das negociações. Os trabalhadores precisam de homens como o Sr. Brod César, que não abra mão dos seus princípios por dinheiro.

Vejam abaixo, na íntegra, a carta de pedido de demissão do Sr. Brod César:



O PT como patrão

“Orientação sobre a folha de ponto dos servidores em greve Informo que, seguindo orientação superior do MP, os grevistas deverão ter os pontos cortados, desta forma não deverá constar nenhuma observação na folha de ponta dos servidores que estão de greve e não registraram o ponto. Já aqueles servidores que estão de greve e mesmo assim registraram o ponto deverão ter seus pontos cortados (anulados) já que não trabalharam.

Quanto aos servidores que estão trabalhando normalmente e que não puderam trabalhar no dia 5 de julho por causa da greve dos ônibus podem ter seu dia abonado, código 05.”

Sou coordenador geral de inovações tecnológicas do departamento de sistemas de informação da secretaria de logística e sistemas de informação do ministério do planejamento, orçamento e gestão do governo do Brasil. Estou neste cargo desde setembro de 2011. Hoje comunico, publicamente, meu pedido de exoneração.

Todos sabem qual é meu salário graças à Lei de Acesso à Informação. Preciso deste salário e, de fato, tenho orgulho em merecê-lo. Mas a partir do momento em que tenho que ferir meus princípios para manter minha remuneração, meus princípios sempre ganharão o jogo, independente do que virá depois.

Trabalho, há bastante tempo, com o conhecimento livre e modelos de negócios baseados nisso. Em Porto Alegre, no final dos anos 1990, tive o prazer de ver um projeto de governo crescer levando em conta a crença em que a liberdade ampla para todas as formas de conhecimento era um fator gerador de inovação tecnológica e de criação de emprego e renda. Apoiei esse projeto mas nunca integrei nenhum quadro do governo até setembro de 2011, quando assumi o cargo acima mencionado, e passei a ser o responsável pelo Portal do Software Público Brasileiro, pela Infraestrutura Nacional de Dados Abertos, além de outras atividades.

Não foi fácil, vindo da iniciativa privada e há mais de doze anos como empresário, aprender a hierarquia e a burocracia que são parte de um emprego público. Aliás, esse é um aprendizado constante. Mas segui trabalhando com minha paixão: liberdade de conhecimento como geração de inovação e riqueza.

No decorrer de meu trabalho deparei-me com a greve do funcionalismo federal, à qual aderiram muitos dos que estavam sob minha coordenação. Enfrentar uma greve como executivo público foi algo totalmente inédito para mim.

Acompanhei greves desde o tempo de meu avô, no surgimento do PT. Toda a articulação para as greves, para a criação de uma força que mudasse o estado, conscientizou uma população que colocou o PT no poder. Mas o PT patrão parece não ter aprendido com sua própria história. O PT patrão apenas aprimora as táticas de pressão psicológica e negociação questionável daqueles com os quais negociou na época em que a greve era sua.

O PT patrão virou governo, melhorou o país e acha que não depende mais da máquina que sustenta o estado. O PT patrão, que fez muito pela nação, tem a certeza de que vai muito bem sozinho. E está indo mesmo!

Eu espero que nosso país siga melhorando, mas estou nele para mudá-lo e não para cumprir ordens com as quais não concordo. Como coordenador, jamais cortarei o ponto daqueles que trabalham comigo e estão em greve. Independente da greve, eles cumpriram seus compromissos civis sempre que necessário. E, na greve, cultivaram ainda mais sua união na crença da construção de um Brasil melhor”.

(Brod César Augusto, responsável pela Coordenação Geral de Inovação Tecnológica da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão).

Fonte: ANDES-SN -Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Campanha Salarial 2012/2013 – Transmissão ao vivo das negociações, o que a ECT teme?!




Por Biaia

Coordenador Geral

do SINTECT/CAS


Nesta segunda-feira (06/08) os Representantes dos Trabalhadores cobraram novamente dos Negociadores da ECT a transmissão das rodadas de negociações pela internet, conforme o vídeo deste post.


Vejam que os Negociadores ficaram totalmente desconfortáveis quando perceberam que estavam sendo filmados.


Para eles é uma situação nova, pois estavam acostumados a fazerem negociações às escondidas, onde sindicalistas oportunistas traiam a categoria a troco de cargos. Basta ver quantos ex-sindicalistas assumiram cargos na ECT após uma negociação.


Hoje a realidade é outra, enfrentam um Comando de Negociação dos Trabalhadores que querem negociar a Pauta dos Trabalhadores a luz do dia, para que os ecetistas saibam o que de fato esta se passando nas rodadas de negociações.


O que passa a ser um problema para a direção da ECT, que não teria margens para manobras de distorcer os fatos em seu boletim interno, intitulado de “PRIMEIRA HORA” e também no Blog dos Correios.


O Comando de Negociação e Mobilização da FENTECT esta fazendo a parte dele, cabe aos trabalhadores fazerem a sua. Temos que fazer uma campanha massiva no Blog dos Correios e nos locais de trabalho, pedindo que liberem as transmissões das negociações.


A empresa diz que a FENTECT não quer negociar. A FENTECT diz que a ECT não quer negociar. Os trabalhadores que são os maiores interessados têm o direito de saber quem esta dizendo a verdade.


Os Negociadores dos Trabalhadores querem a transmissão, já os Negociadores da ECT não aceitam, cabe aos trabalhadores analisarem quem esta querendo ser o mais transparente possível. Diz o ditado popular: “Quem não deve, não teme”.


Nós não tememos!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Campanha Salarial 2012/2013 – 3% de reajuste, acompanhado de um pacote de maldades


Com a palavras uns dos negociadores do Comando de Negociação e Mobilização da FENTECT


Por Marcos Nascimento
Eleito em assembléia de São José do Rio Preto/SP,
para compor o Comando de Negociação dos Trabalhadores

Tenho acompanhado os comentários e tenho visto que muitos trabalhadores estão preocupados e revoltados com a questão dos 3%. É claro que também estou revoltado, não tem como não ficar.

Porem, o item 3 é muito mais preocupante; nele a empresa deixa claro que fará mudanças no nosso convênio médico, o que é inadmissível.

Um dos maiores atrativos da nossa empresa é exatamente o convênio médico e a empresa quer tirar esse benefício do trabalhador!

Imagina só se o nosso convênio médico for terceirizado???

Além de termos um serviço de qualidade duvidosa ainda teremos que pagar mensalidade e dificilmente conseguiremos manter nossos dependentes, como nossos pais por exemplo.

É um ataque absurdo e descabido contra o trabalhador e sua família!!! Nem no governo FHC recebemos uma proposta tão ruim assim!!!

*Comentário extraído do Facebook do grupo de debate: “O trabalhador ecetista e o SAP” – 03/08/12


Comentário do Blogueiro:

Concordo plenamente com o companheiro, estamos todos indignados com a proposta econômica, mas não podemos perder de vista nossas reivindicações.

Por isto irei insistir no que escrevi no post anterior: “Não podemos perder nossas reivindicações de vista, fiquemos atentos, essa provocação dos 3% de reajuste serve apenas para a direção da ECT desviar a atenção de todo o resto do debate”.

É notório que não existe nenhuma intenção de atenderem nossas reivindicações, pelo contrário, parece que junto com os 3% virá um PACOTE DE MALDADES, bem ao estilo PSDB. Vamos ficar de olho!

Em respeito a nós mesmos e nossos familiares, lutemos!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Campanha Salarial 2012/2013 – Dilma novamente chama os ecetistas para briga

Por Biaia
Coordenador Geral
do SINTECT/CAS


O Brasil está vivendo uma convulsão nacional de greves dos servidores públicos: Universidades e Institutos Federais, Embaixadas, Órgãos Federais como IBEGE, ANVISA e outros  estão enfrentando os ataques do Governo Dilma, que insiste em depositar o problema da “CRISE INTERNACIONAL” na conta dos trabalhadores.

No dia de hoje (01/08), os negociadores da ECT apresentaram para o Comando Nacional de Negociação e Mobilização da FENTECT a proposta (provocação) de reajuste que o Governo Dilma ofereceu para os trabalhadores ecetistas.

PASMEM! Apenas 3% de reajuste, estendendo aos demais benefícios, onde o ticket de R$ 25,00 passaria para R$ 25,75, o vale cesta de R$ 140,00 passaria para 144,20 e assim por diante. Isso porque este ano diziam que queriam negociar de maneira séria, em RESPEITO aos trabalhadores. Mas de novo vem  a velha história de crise, dos impactos que as reivindicações dos trabalhadores causariam aos cofres da empresa.

Segundo a direção da ECT, os 43,7%de reajuste, elevação do piso salarial para R$ 2.500,00 e os sete steps, em cumprimento ao PCCS/95, faria com que a folha de pagamento saltasse de R$, 8,4 bilhões para R$ 33,4 bilhões. Tentam com estes números nos convencer  que a Pauta dos Trabalhadores é realmente absurda e que se atenderem nossas reivindicações a empresa quebrará. Será?!

Já ouvimos esta mesma conversa quando travamos uma luta para que o governo cumprisse o acordo de 30% do Adicional de Risco. A direção da empresa também nos apresentou uns números mirabolantes, onde diziam que se concedessem os 30% para os carteiros a ECT quebraria. E taí, a empresa não quebrou!

Os nossos números não foram tirados de trás da orelha, vejamos:

43,7% - são referentes a 33,7% de perdas que os trabalhadores tiveram ao longo dos anos (1994 a 2012), onde os mais antigos são os que mais sofrem com esta perda, pois viram seus salários serem achatados de forma considerável, por conta da política de arrocho salarial de FHC. Com o governo Lula, os trabalhadores recuperaram parte desta perda, mas ainda faltam 33,7%, o que é uma quantia bastante significativa para se esquecer, e 10% de aumento real totalizando 43,7%. A empresa e o governo até quer que esqueçamos isso, mas nós não podemos deixar passar batido. Pois foi por conta desta política de arrocho que  o salário dos Correios se tornou uns dos mais baixos das Estatais.


Cabe lembrar também que R$ 2.500,00 de elevação do piso – é o valor que o DIEESE propõe como salário ideal,  em um cenário onde o piso da categoria hoje é de R$ 942,75 e o salário mínimo vigente é de R$ 622,00. Ou seja, o piso salarial dos Correios é de um salário mínimo e meio. Uma vergonha!

7 steps em cumprimento ao PCCS/95 – trata-se do próprio Plano de Cargos, Carreiras e Salários que a empresa aplicou de forma unilateral em 1995 e depois não cumpriu. Ela extinguiu de forma unilateral este PCCS/95, substituindo pelo  PCCS/2008 sem ter honrado seu compromisso com os trabalhadores. Ao implantar o PCCS/2008, ela poderia ter corrigido essas distorções, mas não fez, pelo contrário, ela achatou ainda mais os salários entre um step e outro. A diferença entre os steps do PCCS/95  chegava  a algo próximo a 5%, já o PCCS/2008 diminuiu para 2,4% entre um e outro.

Enfim, aquela papagaiada toda de que em RESPEITO aos trabalhadores queria negociar caiu por terra. Este governo juntamente com a direção da ECT não conhece o significado da palavra “RESPEITO”.

Mais uma vez estão chamando os trabalhadores ecetistas para a briga, sendo que 3% não repõem nem a infração do último período. E a falta de respeito não passa apenas pela questão econômica, ainda existem os outros pontos que a ECT não se posicionou, como: FIM DO SAP e SARC, CONTRATAÇÃO JÁ, FIM DA TERCEIRIZAÇÃO, FIM DA SOBRECARGA DE TRABALHO dentre outras bandeiras que estamos reivindicando.

Fica a pergunta, se a Pauta de Reivindicação dos trabalhadores é absurda, qual é a verdadeira proposta da ECT?!


O que vemos enquanto trabalhadores é que hoje falta uma política de RECURSOS HUMANOS que valorize de fato os ecetistas.

Que a empresa apresente uma proposta que de fato aponte para a recuperação dos salários, onde os trabalhadores possam ter perspectivas de crescer na empresa com um PCCS justo, onde as contratações não sejam só para inglês ver, onde o diálogo seja privilegiado sempre, colocando um fim aos velhos instrumentos de assédio moral como o SAP e o SARC; que as contratações necessárias se concretizem!

Não podemos perder nossas reivindicações de vista, fiquemos atentos, essa provocação dos 3% de reajuste serve apenas para a direção da ECT desviar a atenção de todo o resto do debate.

É hora de organizarmo-nos dentro dos setores de trabalho, e deixar claro para a direção da ECT e para o governo que, se não mudarem a postura nesta negociação, os trabalhadores dos Correios se juntarão aos milhares de servidores públicos em greve.

EM RESPEITO A NÓS MESMOS E NOSSOS FAMILIARES, LUTEMOS!